A doença de Parkinson afeta aproximadamente 1% da população mundial acima de 65 anos, e esse número vem crescendo constantemente. É a segunda doença degenerativa neurológica mais frequente no mundo, atrás apenas do Mal de Alzheimer.
Embora seja muito mais comum em pessoas idosas, o número de casos vem aumentando em pessoas mais jovens.
Em toda doença de causa genética, cujo número de casos vem aumentando acima do esperado, acredita-se que fatores ambientais possam estar influenciando a função dos genes e propiciando o desencadeamento da doença e esse aumento dos casos.
Dentre esses fatores, 2 se destacam:
1- AGROTÓXICOS
Diversos estudos têm demonstrado que pessoas expostas a agrotóxicos tem maior risco de desenvolver doença de Parkinson.
Na França, desde 2012, ela é considerada como uma doença laboral que acomete trabalhadores agrícolas que utilizaram agrotóxicos em suas lavouras.
No Brasil, uma tese realizada na Universidade Estadual do Oeste do Paraná em 2019, mostrou 16 tipos diferentes de agrotóxicos que podem estar associados a doença de Parkinson, sendo os mais importantes: hexaclorobenzeno, glifosato e dicloreto de paraquate.
2- DESEQUILÍBRIOS DO MICROBIOMA INTESTINAL
A disfunção gastrointestinal é muito comum na doença de Parkinson e já foi destacada por James Parkinson, quando descreveu a doença em 1817.
As disfunções gastrointestinais fazem parte dos sintomas não motores mais comuns na doença de Parkinson, com uma prevalência de até 80%.
Vários estudos tem mostrado que as alterações intestinais, através das interações entre intestino e cérebro, podem estar associadas à doença de Parkinson através de diversos mecanismos.
As alterações encontradas no microbioma intestinal, incluindo o número e a composição das bactérias e dos metabólitos microbianos, foram consideradas assinaturas valiosas para o diagnóstico precoce de vários distúrbios neurodegenerativos, incluindo a doença de Parkinson.
Em ambos os casos, uma dieta equilibrada, livre de agrotóxicos e a reposição de pré e probióticos podem ser úteis na prevenção e no tratamento da doença de Parkinson.
Nos USA, vários pesquisadores tem utilizado o transplante de microbiota fecal no tratamento da doença de Parkinson, em animais com resultados promissores.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Para saber mais:
Gazerani P.
Int J Mol Sci. 2019 Aug 23;20(17):4121.
Vasconcellos PRO et all.
Saúde debate vol.43 no.123 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2019 Epub Mar 09, 2020.
Athina-Maria Aloizou et all.
Sci Total Environ 2020 Jun 29;744:140591.
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