O projeto GENOMA HUMANO iniciado em 1990 e concluído em 2003 decodificou 99% dos genes do nosso organismo. Em 2000, quando 97% do genoma já estava concluído, Bill Clinton, então presidente dos USA, disse: "Hoje estamos aprendendo a linguagem com que Deus criou a vida. A humanidade acaba de entrar numa nova era". Mas, embora esse conhecimento tenha trazido benefícios significantes na compreensão das doenças e do seu tratamento, ele não atingiu os objetivos que os cientistas esperavam.
Em seguida veio o projeto MICROBIOMA HUMANO, iniciado em 2007. Ele levou 5 anos para ser concluído e um gasto de 170 milhões de dollares. Ele identificou as espécies de vírus, bactérias, archeias e fungos presentes no corpo humano através do DNA desses microrganismos. O resultado foi surpreendente. Temos 3 trilhões de microrganismos vivendo no nosso corpo, um número equivalente a 3 vezes a população da terra, com cerca de 2 mil espécies diferentes.
Até pouco tempo atrás, se achava que o microbioma humano compunha 90% de todas as células presentes no nosso corpo. Recentemente, em uma nova contagem, as células humanas constituem apenas 43% da contagem total de células do corpo. O resto são micro-organismos. Mais da metade das células do nosso corpo não é humana.
Esses microrganismos acrescentam cerca de 4,4 milhões de genes aos nossos parcos 20 mil genes. Os genes microbianos influem no funcionamento do nosso organismo. Atualmente a microbiota é reconhecida como um órgão oculto do nosso corpo.
Só no intestino existem cerca de 100 trilhões de microrganismos que participam tanto na prevenção das doenças, quanto como fator agravante do desencadeamento de diversas patologias diferentes. O microbioma atua em todas as fases do desenvolvimento humano, participando no equilíbrio de todos os sistemas do organismo e da prevenção de diversas doenças: psiquiátricas, autoimunes, diabete, doenças cardiovasculares, na manutenção do peso e na prevenção de doenças cerebrais entre outras, através de inúmeros mecanismos bioquímicos.
Hipócrates considerado o pai da Medicina cunhou a célebre frase, “Você é o que você come”. Atualmente podemos dizer: Você é o que o seu microbioma come.
Nossa saúde depende da quantidade e da diversidade das espécies bacterianas do microbioma. Para termos um microbioma saudável, nossa alimentação precisa fornecer para as bactérias alimentos saudáveis e ricos em fibras. Além disso, para que haja diversidade na flora, precisamos acrescentar a dieta alimentos fermentados, Keffir e Kombucha que são fontes de bactérias saudáveis.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
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