A flora nacional concentra a maior biodiversidade do mundo. São 55 mil espécies catalogadas, o correspondente a 20% do total distribuído pelo planeta. Muitas delas que sempre foram usadas na saúde em um conhecimento transmitido entre gerações agora foram cientificamente estudadas e tiveram seus benefícios e segurança comprovados para serem utilizadas como fitoterápicos.
Os fitoterápicos, assim como os medicamentos, precisam ser prescritos por um médico que avalie os possíveis efeitos colaterais e as possíveis interações medicamentosas. Na maioria dos casos, não existem estudos que atestem a segurança durante a gestação, aleitamento e em menores de 2 anos.
Existe uma grande diferença entre o consumo de uma planta no estado natural e quando ela se torna um fitoterápico. No fitoterápico só as partes medicinais de uma planta são utilizadas. Algumas plantas tem seus efeitos nas folhas, outras nas flores e outras no caule. Fitoterápicos passam por uma rigorosa avaliação de segurança e eficácia em seres humanos, com uma concentração de ativos padronizada, o que nem sempre ocorre com as folhas para o preparo de chás.
1 - ESPINHEIRA SANTA - Maytenus ilicifolia – utilizada há séculos pela população em forma de chás a planta auxilia no tratamento da azia e do mal-estar estomacal. Era utilizada pelos índios e ganhou esse nome pela aparência de suas folhas, que apresentam espinhos nas bordas e por ser um "santo remédio" para tratar vários problemas.
Em 1922 o professor Aluízio Franca, da Faculdade de Medicina do Paraná, relatou o sucesso obtido com ela no tratamento da úlcera.
Inúmeros estudos científicos atestam seus efeitos na gastrite e na úlcera gástrica. Ela é capaz de diminuir a acidez do estômago de uma forma muito parecida aos medicamentos utilizados para esta finalidade e é responsável por aumentar o muco e os antioxidantes para proteção do estômago e ainda desinflama a região afetada pela doença, tendo ação imunomoduladora. Alguns estudos apontam que a espinheira santa dificulta a permanência da bactéria Helicobacter pylori no estômago protegendo o estômago e minimizando o risco de câncer de estômago. Atua também no esvaziamento gástrico e melhora a motilidade intestinal.
2- VALERIANA – valeriana officinalis – seu nome científico é derivado do latim valere, que significa “ter saúde”. Ela é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por seus benefícios contra a ansiedade.
Por ser um calmante natural, a Valeriana é usada como tratamento natural para melhora do sono. Ela auxilia muito no tratamento da ansiedade, da agitação, da irritabilidade e do estresse.
3 - QUEBRA PEDRA - phyllanthus niruri – é um dos fitoterápicos mais famosos para o tratamentos das pedras nos rins.
Segundo estudos científicos a infusão não funciona quebrando as pedras nos rins, mas evitando que elas se formem ou até contribuindo para que elas sejam expelidas. Embora não se conheça o mecanismo de ação total dessa planta, ela reverte a polaridade da carga dos cristais de oxalato de cálcio, componente químico da maior parte das pedras formadas nos rins. Essa reversão impede que os cristais se aglomerem e se prendam à parede celular, dando origem aos cálculos.
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O quebra pedra tem uma ação analgésica com efeito anti-inflamatório e anti-espasmódico das vias urinárias o que facilita a eliminação dos cálculos renais.
Auxilia também na diminuição dos níveis de ácido úrico no sangue.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
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