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Foto do escritorBerenice Cunha Wilke

ARSÊNICO NO ARROZ - DEVEMOS NOS PREOCUPAR? Post 3 - Metais Tóxicos.

Atualizado: 28 de set. de 2023




O arroz é um dos alimentos mais consumidos no mundo, mas ele pode facilmente acumular arsênico em seus grãos causando uma contaminação por arsênico. O arroz além de ser consumido cozido, também está presente em cereais para o café da manhã, sucos de arroz, e alimentos preparados com farelo e farinha de arroz como bolachinhas, pães e bolos.


Em muitas regiões do mundo o arroz contém arsênico, que é considerado o xenobiótico mais tóxico, pela Agência para Registro de Substâncias Tóxicas e Doenças nos Estados Unidos. O IARC (Agencia Americana para Pesquisa em Câncer) classifica o arsênico inorgânico como um carcinógeno humano do grupo A, que é o mais alto, e estabelece um limite diário de 10 μg / L de água potável.


No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabelece o limite máximo de 0,3 mg de arsênio por quilo de arroz (0,3 mg/kg). Esse limite é próximo dos adotados pela EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos: 0,2-0,25 mg/kg) e pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação: 0,2 mg/kg para arroz branco e 0,35 mg/kg para o integral.


Um estudo realizado em 2021 na Universidade de Pelotas, em conjunto com outras instituições de pesquisa, encontrou várias amostras de arroz com teores de Arsênico superiores aos permitidos.


Dentre as espécies químicas do arsênico presentes na natureza, as inorgâncias são as mais tóxicas ao homem e as formas metiladas são as menos tóxicas.


Quando presente no solo, o arsênico é absorvido pelas raízes do arroz, que tem mecanismos que favorecem essa absorção, principalmente em cultivos em solo do tipo irrigado (inundado). Após absorvido o arsênico chaga até os grãos.


Por ser um importante alimento dos brasileiros e de quase metade da população mundial o arroz pode ser relevante via de exposição ao arsênico.


Os principais estados produtores de arroz são o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que utilizam o cultivo do tipo irrigado. Além disso, atualmente, há uma intensa discussão entre os participantes do Codex Alimentarius sobre os limites máximos de arsênico no arroz, assim como métodos de especiação e código de práticas para mitigar essa contaminação.

O risco à saúde induzido pela presença de Arsênico nos alimentos depende de sua liberação da matriz alimentar, ou seja, de sua bioadisponibilidade. Vários estudos estão sendo feito para determinar como diminuir a absorção e disponibilidade do arsênico do arroz.


Na criança é muito importante evitar acúmulo de produtos a base de arroz no mesmo dia.


O que fazer:


  • Lave bem o arroz antes de cozinhar. Um estudo mostrou que a lavagem do arroz reduz o arsênico em 10 a 28% .

  • O método indiano de cozimento do arroz removeu cerca de 57% do arsênico. Após lavar muito bem o arroz eles fazem o cozimento de 1 porção de arroz em 6 porções de água e quando o arroz está cozido eles descartam o excesso de água.

  • Evite o consumo diário do arroz e de produtos a base de arroz, ou feitos com farinha ou farelo de arroz)

  • Misture ao arroz verduras como brócolis, vagem ou cenoura.

  • O arroz basmati e o jasmim tem menores concentrações de arsênico em relação ao arroz branco tradicional. Já o arroz integral, arroz preto, arroz selvagem e arroz parboilizado têm uma concentração maior.



Para saber mais:


J Trace Elem Med Biol. 2019 Dec;56:184-191.


Environmental Pollution, Volume 162, March 2012, Pages 241-246


Food Chem Toxicol. 2006 Nov;44(11):1823-9.


Environ Health Perspect. 2007 Jun; 115(6): A296.


Universidade de Coimbra, 2020, dez 4.


de Oliveira, Victoria Freitas

Journal of Food Composition and Analysis; v. 100, JUL 2021.


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