Os sintomas gastrointestinais são muito prevalentes no TEA (transtorno do espectro autista), aproximadamente quatro vezes mais prevalentes do que na população neurotípica.
Foram encontradas fortes correlações entre as disfunções gastrointestinais a alterações de comportamento, ansiedade, depressão, irritabilidade, nervosismo, convulsões e distúrbios do sono entre outras comorbidades.
A alta prevalência da disfunção gastrointestinal no TEA e suas correlações significativas com disfunções cerebrais sugere que há uma relação entre a disfunção intestinal e cerebral em um subgrupo significativo desses indivíduos.
Evidências crescentes sugerem que um dos principais moduladores da comunicação intestino-cérebro é o microbioma intestinal.
Alguns estudos mostraram diferenças na composição do microbioma intestinal de crianças com TEA comparadas as neurotípicas.
O microbioma foi avaliado através do estudo das fezes, mas também, em biópsias da mucosa ileal o que torna os resultados mais consistentes.
O microbioma intestinal pode ser afetado por diferenças na alimentação, antibióticos e outras medicações, comorbidades médicas, localização geográfica, características genéticas individuais e sintomas gastrointestinais agudos ou crônicos.
Com a crescente evidência de um papel do eixo cérebro-intestino-microbioma no TEA, inúmeros estudos vêm sendo realizados visando a melhora da composição do microbioma fecal através da alimentação, pré e probióticos e transplante fecal.
Mais estudos são necessários para aumentar a compreensão do microbioma fecal no TEA.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Para saber mais:
Virginia Saurman et all.
Dig Dis Sci. 2020 Mar;65(3):818-828.
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