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  • Foto do escritorBerenice Cunha Wilke

CHUMBO NO CHOCOLATE E GLIFOSATO NO BISCOITO DE MAISENA

Em 22 de maio de 2024 o IDEC - Instituto de defesa do consumidor - apresentou os resultados do terceiro volume do estudo 'Tem Veneno Nesse Pacote', que analisou 24 ultraprocessados e identificou resíduos de agrotóxicos em metade das amostras.


De 24 alimentos ultraprocessados produzidos no Brasil, com destaque para aqueles com apelo ao público infantil, foram encontrados resíduos de agrotóxicos em metade das amostras.


O número alarmante está no terceiro volume da pesquisa "Tem Veneno Nesse Pacote", realizada pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) e que identifica a presença de resíduos de agrotóxicos em produtos alimentícios ultraprocessados comuns na rotina dos brasileiros. 


Ao final do estudo, 12 dos 24 produtos analisados apresentaram resíduos de agrotóxicos. Os ultraprocessados com mais traços de agrotóxicos, com quatro tipos diferentes em cada amostra, foram: 

  • biscoito maisena Marilan

  • biscoito maisena Triunfo

Foram encontrados resíduos de três agrotóxicos diferentes nos produtos: 

  • Hambúrguer à base de plantas Sadia

  • Empanado à base de plantas sabor frango Seara

  • Macarrão instantâneo Nissin

  • Macarrão instantâneo Renata

  • Bolo pronto sabor chocolate Ana Maria

Foram encontrados resquícios de dois agrotóxicos no produto: 

  • Empanado à base de plantas sabor frango Sadia

E foi identificada a presença de um tipo de agrotóxico nos seguintes produtos: 

  • Hambúrguer à base de plantas Fazenda Futuro

  • Empanado à base de plantas sabor frango Fazenda Futuro

  • Presunto cozido Aurora

  • Bolo pronto sabor chocolate Panco

  • Bebida láctea sabor chocolate Pirakids


O glifosato foi o agrotóxico que mais apareceu nos testes, em sete das 24 amostras. Ele é considerado como “provavelmente carcinogênico ou capaz de causar câncer”, de acordo com a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS).


Além disso, vem sendo associado em inúmeras pesquisas como um dos fatores de risco para autismo.


CHUMBO NO CHOCOLATE


Nos USA, um novo estudo publicado na revista científica "Frontiers Nutrition", analisou produtos de cacau feitos com chocolate amargo e produtos de cacau similares e mostrou que o chocolate de diversas marcas famosas está contaminado com chumbo e cádmio, dois metais neurotóxicos relacionados ao câncer, doenças crônicas, problemas reprodutivos e doenças do neurodesenvolvimento, especialmente em crianças.


O chumbo desses produtos vem do solo contaminado por chumbo nos locais aonde a plantação de cacau é feita devido a contaminação do solo e proximidade com outras fontes de contaminação como indústrias diversas.


A pesquisa publicada na revista Frontiers in Nutrition revelou que até mesmo versões orgânicas de chocolate amargo apresentaram altos níveis de metais pesados. O estudo analisou produtos de chocolate amargo puro, eliminando doces e outros chocolates com ingredientes adicionais.


A grande questão levantada é se é seguro continuar consumindo chocolate amargo, dado os níveis encontrados de chumbo e cádmio que excedem os limites estabelecidos pela Proposição 65 da Califórnia. Dos 72 produtos de chocolate testados, 43% excederam o nível máximo permitido de chumbo e 35% ultrapassaram o nível máximo de cádmio.


O risco de exposição a chumbo e cádmio aumenta em pessoas com condições médicas comprometidas, grávidas ou crianças pequenas, segundo Tewodros Godebo, professor de geoquímica ambiental na Tulane University. Ainda assim, adultos saudáveis que consomem pequenas quantidades de chocolate amargo ocasionalmente provavelmente estão em risco reduzido.


Consumir baixos níveis de cádmio ao longo do tempo pode danificar os rins, e a Agência de Proteção Ambiental dos EUA considera o cádmio um provável carcinógeno humano. Além disso, crianças podem absorver uma porcentagem significativa de chumbo ingerido, potencialmente resultando em problemas de desenvolvimento cerebral e comportamento.



Figura ilustrativa da reportagem "Metade de alimentos ultraprocessados testados em pesquisa contém agrotóxicos" do Reporter Brasil.




Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.

Para saber mais:



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