Os divertículos são bolsas pequenas e salientes que podem se formar no intestino. Eles são encontrados com mais frequência na parte inferior do intestino grosso (cólon). Os divertículos são comuns, especialmente após os 40 anos, e raramente causam problemas.
Quando uma ou mais bolsas ficam inflamadas e, em alguns casos, infectadas, essa condição é conhecida como diverticulite. Ela pode causar fortes dores abdominais, febre, náuseas e uma mudança acentuada nos hábitos intestinais.
Os sinais e sintomas de diverticulite incluem:
Dor, que pode ser constante e persistir por vários dias. O lado esquerdo inferior do abdômen é o local usual da dor. Às vezes, no entanto, o lado direito do abdômen é mais dolorido, especialmente em pessoas de ascendência asiática.
Náusea e vômito.
Ardor para urinar
Febre.
Sensibilidade abdominal.
Constipação ou, menos comumente, diarréia.
Diversos fatores como alimentação com baixo teor de fibras, sedentarismo, obesidade, envelhecimento e tabagismo podem influenciar no aparecimento dos divertículos intestinais.
Recentemente os estudos estão pesquisando o papel dos desequilíbrios do microbioma intestinal na diverticulite.
Um desequilíbrio da flora intestinal - disbiose - caracterizado pela diminuição da variedade de espécies, presença de bacterianas anti-inflamatórias e aumento das espécies inflamatórias, pode estar ligado à inflamação da mucosa do intestino, que dá origem a um ciclo vicioso, aonde a mucosa inflamada aumenta o desequilíbrio da flora intestinal.
A presença de disbiose pode desencadear o desenvolvimento de doença inflamatória intestinal, diverticulite e síndrome do intestino irritável.
Uma alteração na microbiota intestinal pode levar a uma ativação alterada das fibras nervosas e consequente disfunção neuronal e muscular, favorecendo o desenvolvimento dos sintomas abdominais.
Mudanças no estilo de vida, associados a uma alimentação saudável e melhora da microbiota intestinal podem auxiliar na prevenção e no tratamento da diverticulite.
Vários estudos tem mostrado o benefício da modulação da flora intestinal na diverticulite. Essa modulação pode ser feita com mudanças alimentares e suplementação com prebióticos e próbioticos. Um estudo mostrou que a reposição de espécies de Lactobacillus e Bifidobacterium podem causar melhora nos sintomas, com redução da distensão e dor abdominal.
Estudos duplo-cegos randomizados, testaram cepas especificas de probióticos na doença diverticular aguda não complicada. A suplementação de diversas cepas como L. reuteri 4659, B. lactis LA 304, L. salivarius LA302 e L. acidophilus LA 201 foi eficiente em reduzir significativamente a dor abdominal e marcadores inflamatórios em comparação com pacientes de grupos controle, que não ingeriram probióticos.
Mais estudos são necessários para consolidar o papel dos prébioticos e probióticos no tratamento e na prevenção da diverticulite.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Para saber mais:
Andrea Piccioni et all. J. Pers. Med.2021, 11(4), 298
Ticinesi A,et all
J Gastrointestin Liver Dis. 2019 Sep 1;28(3):327-337.
Strate LL, Morris AM.
Gastroenterology. 2019 Apr;156(5):1282-1298.e1.
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