Muitas pessoas passaram a vida lutando contra a balança. Essas pessoas predispostas a ganhar peso têm, provavelmente, fatores genéticos e metabólicos que aumentam o apetite e diminuem o metabolismo basal. Essas alterações propiciam não só o maior ganho de peso, como também a maior dificuldade de manter o peso.
A obesidade é uma doença crônica que precisa de um tratamento a longo prazo. Todo o programa de medicamentos, fitoterápicos, alimentação, exercícios e estilo de vida que propiciar a perda de peso tão desejada precisará ser continuado mesmo após o peso desejado ter sido alcançado, para que a manutenção do peso seja possível. Quando essas medidas são interrompidas o peso volta ao patamar anterior causando grande frustração.
Nos últimos anos vários medicamentos foram lançados indústria farmacêutica. As medicações injetáveis são o carro chefe desses lançamentos. Elas atuam principalmente nos centros cerebrais da saciedade diminuindo o apetite. Embora sejam muito eficazes algumas pessoas não se adaptaram a esses medicamento devido aos efeitos colaterais que eles causam como náuseas, vômitos, cansaço, fraqueza e em alguns casos depressão.
Além disso, esses medicamentos tem um preço proibitivo para grande parte das pessoas.
FITOTERÁPICOS
Além dos medicamentos, as pesquisas com fitoterápicos tem avançado a passos largos também, com ativos de grande performance, visando tanto a diminuição do apetite quanto o aumento do gasto energético. Alguns atuam tanto no GLP1 (modo de ação das injeções modernas para obesidade), quanto na leptina e na grelina visando reduzir o esvaziamento gástrico e aumentar a saciedade. Alguns lançamentos também foram feitos para o aumento do gasto energético, e o diferencial é que eles não tem cafeina, o que torna seu uso mais seguro.
Alguns fitoterápicos atuam também no microbioma intestinal visando aumentar bactérias, como a Akkermansia muciniphila, associadas a diminuição do processo inflamatório a ao aumento da saciedade o que contribui para a perda de peso.
MICROBIOTA INTESTINAL
Evidências emergentes apóiam o papel da microbiota intestinal na perda e manutenção do peso. A microbiota equilibrada auxilia extraindo energia de alimentos que, de outra forma, seriam indigeríveis pelo hospedeiro. Além disso, o desequilíbrio microbiano intestinal ou disbiose, está associado a obesidade por meio de várias vias envolvendo diversos mecanismos como a integridade da barreira intestinal, produção de metabólitos que afetam a saciedade e a resistência à insulina.
ALIMENTAÇÃO
Os estudos mostram que a alimentação natural, composta por frutas, verduras e legumes e grãos integrais é associada a maior perda e manutenção do peso.
Diminua os alimentos “ultraprocessados” , que são os que tem mais de 5 ingredientes na sua composição - como praticamente todos os alimentos industrializados.
A alimentação natural é eficaz não apenas para controlar o peso a longo prazo, mas também para otimizar nossa saúde.
Não faça “dieta”. Em vez disso, concentre-se em formar hábitos saudáveis para toda a vida.
Em alguns casos orientações alimentares mais específicas são necessárias. Então, converse com seu médico sobre a melhor dieta para você.
ATIVIDADE FÍSICA
Manter-se ativo garantirá que você mantenha um peso saudável durante seu plano de perda de peso a longo prazo. O exercício também ajudará a evitar a perda de massa muscular ao longo do tempo.
Comece devagar. Uma meta mínima a ser almejada é de 150 minutos por semana (ou 30 minutos, cinco dias por semana). Você pode começar caminhando. Adicione exercícios de alongamento para aumentar a flexibilidade e treinamento de força para aumentar o metabolismo e continuar construindo músculos.
SONO
Não dormir o suficiente também aumenta os níveis de cortisol e afeta a tomada de decisões, ou seja, prejudica a sua capacidade de manter hábitos saudáveis. Sete a nove horas todas as noites é o número mágico que você precisa para ajudá-lo a controlar o estresse. Também ajuda seu corpo a trabalhar com você – e não contra você – quando se trata de perda de peso.
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Entrevista com dra. Berenice
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Saiba mais:
Tseng CH, Wu CY.
J Formos Med Assoc. 2019 Mar;118 Suppl 1:S3-S9.
Lee CJ, Sears CL, Maruthur N.Ann N Y Acad Sci. 2020 Feb;1461(1):37-52
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