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  • Foto do escritorBerenice Cunha Wilke

EPIGENÉTICA - SEUS GENES NÃO SÃO SEU DESTINO

Atualizado: 19 de abr.

Conhecer nossos genes pode nos ajudar a manipular nossa herança genética, propiciando saúde ao invés da doença.


Isso é possível através da epigenética, que através dos nossos hábitos de vida modifica a nosso favor, ou não, a função dos nossos genes.


Em geral, os genes estão acoplados a regiões reguladoras do DNA. A região reguladora não é responsável pela produção de proteínas mas, ela regula a função das regiões codificantes, ou seja, das regiões produtoras de proteínas e que têm uma ação concreta no metabolismo.


Nessa região reguladora determinadas moléculas se conectam. As mais conhecidas são os grupos metil, que atuam em um processo chamado de metilação aonde vários radicais metil podem ativar ou desativar determinados genes. Dessa forma, é possível regular a maneira como o DNA é usado pela célula sem alterar a sequência presente no genoma.


Através da modificação do microbioma, hábitos como alimentação, sono, atividade física, vitaminas, minerais, técnicas de gerenciamento do estresse e redução da exposição a toxinas ambientais, nós podemos modificar a forma com que nossos genes se manifestam, desativando a tendência a diversas doenças como obesidade, depressão, câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e neurológicas, entre outras.


Alguns estudos levantaram a possibilidade de que marcações epigenéticas sejam passadas de geração em geração, como se a alimentação do seu pai ou da sua mãe hoje afetasse o metabolismo dos seus netos, mostrando que a herança que trazemos dos nossos ancestrais vai além do DNA que recebemos deles.


Um estudo feito no ano 2000 marcou época pois demonstrou como a epigenética afetou netos de milhões de holandesas que passaram fome por terem ficado na parte ocupada do país, pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial. Milhares de pessoas morreram de fome, e até mulheres grávidas tiveram sua dieta reduzida à cerca de 400 calorias diárias. Nesse estudo os descendentes dessas mulheres, ao alcançarem idades entre 56 e 59 anos, apresentaram sérios déficits cognitivos associados a um processo de envelhecimento precoce. As pesquisas também apontaram que netos (especificamente os filhos homens de filhos homens) das gestantes expostas à fome apresentavam maiores taxas de obesidade do que descendentes daquelas mulheres que se alimentaram normalmente.


Também há estudos que mostram que pessoas que passaram por um trauma, podem ter descendentes naturalmente estressados por causa disso.






Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.



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