top of page
Foto do escritorBerenice Cunha Wilke

FITOTERAPIA NA DOR E NO ESPORTE

Atualizado: 14 de abr.

Diversos estudos tem mostrado o poder de alguns fitoterápicos no combate a dor de diversas causas diferentes e como auxiliar no tratamento e prevenção das dores oriundas do esporte.


Os distúrbios inflamatórios crônicos das articulações, como osteoartrite e artrite reumatóide, têm em comum um aumento da inflamação e estresse oxidativo, resultando em alterações histológicas progressivas e sintomas incapacitantes.


A busca por tratamentos naturais no combate a dor cresce em uma tentativa da obtenção de um alívio dos sintomas com menos efeitos colaterais. Daí o renovado interesse por medicamentos de origem botânica, que carecem de efeitos adversos graves e que além de ter eficácia comprovada pelo uso em diversas culturas tem também estudos científicos que atestam sua eficácia e baixos efeitos colaterais.


As que eu gosto mais são:


  1. Acmella Oleracea - Jumbu

  2. Bixa Orelana L - Urucum

  3. Curcuma Longa - Açafrão

  4. Harpaghofito Procumbens - Planta do Diabo

  5. Pteredon Pubescens - Sucupira

  6. Zingiber officinale - Gengibre



1. Acmella Oleracea - Jumbu

É uma erva típica da região norte do Brasil, sendo originária da América do Sul.


É indicado no tratamento da dor proveniente dos ossos, articulações e músculo podendo ser usado no tratamento da dor de diversas causas e de forma preventiva em atletas. Reduz as inflamações e dores articulares, relacionadas à osteoartrite e artrite reumatoide.


Tem ação potente no alívio de quadros dolorosos devido seu efeito analgésico e anti-inflamatório.


Atua também no sistema endocanabinóide sendo um potente redutor da FAAH, enzima que degrada a Anandamida, que é um dos canabinóides produzido pelo nosso sistema endocanabinóide com consequente diminuição da dor.


Recentemente foi lançado o Mitidol que é um fitoterápico composto de extrato padronizado de Acmella olerácea e Zingiber officinale.



2 - Bixa Orelana L - Urucum

O urucum é uma planta nativa do Brasil.


É indicado no tratamento da dor proveniente dos ossos, articulações e músculo podendo ser usado no tratamento da dor de diversas causas e de forma preventiva em atletas. Reduz as inflamações e dores articulares, relacionadas à osteoartrite e artrite reumatoide.


Suas ações na dor se devem a sua ação potente anti-inflamatória, antioxidante e relaxante muscular.


O urucum pode ser aviado em diversas concentrações para uso medicinal.


O Chronic é um extrato padronizado de alta biodisponibilidade e patenteado do urucum.


3 - Curcuma longa - Açafrão

A cúrcuma (Curcuma longa) é um tipo de erva pertencente à família do gengibre, que é amplamente cultivada na região tropical do sul e sudoeste da Ásia.

É muito usada no tratamento de quadros dolorosos devido às suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.


Seu principal componente no tratamento da dor é a curcumina que tem baixa biodisponibilidade em uso oral que pode ser melhorada quando associada a piperina.


Um estudo de meta análise, publicado em 2001, sobre os feitos da curcumina no tratamento da osteoartrite mostrou que em comparação com os anti-inflamatórios não esteroides, o extrato de Curcuma longa e a curcumina têm efeitos semelhantes na dor, função e rigidez das articulações porém com menos efeitos adversos.


O Cureit  é um extrato padronizado de alta biodisponibilidade e patenteado da cúrcuma.

4 - Harpaghofito Procumbens - Garra do Diabo

Nativa do sul da África, a garra do diabo ( Harpagophytum procumbens ) recebe o nome dos pequenos ganchos que cobrem seus frutos.



Vários estudos mostram que tomar o harpagophytum procumbens por 8 a 12 semanas pode reduzir a dor e melhorar o funcionamento físico em pessoas com osteoartrite. Um estudo de 4 meses com 122 pessoas com osteoartrite de joelho e quadril comparou a garra do diabo e um dos principais medicamentos europeus para o alívio da dor. As pessoas que tomaram garra do diabo tiveram tanto alívio da dor quanto as pessoas que tomaram a medicação. Aqueles que tomaram a garra do diabo tiveram menos efeitos colaterais e precisaram de menos analgésicos ao longo do estudo.


5- Pteredon Pubescens - Sucupira

A sucupira branca é uma árvore da espécie Pteredon, que é composta de árvores aromáticas, com 6 a 18 m de altura, distribuídas por toda a região central do Brasil.


Sua ação no tratamento da dor se deve a ação anti inflamatória, anti oxidante e relaxante muscular. Atua também no sistema endocanabinóide pela ação do cariofileno (terpeno) que é agonista dos receptores CB2, causando uma melhora da dor.


6 - Zingiber Officinale - Gengibre


Esta planta, que tem uma história antiga, está incluída nos textos sânscritos e frequentemente mencionados na literatura clássica budista, árabe, grega e romana. Seu nome de gênero já vem do nome sânscrito de “singabera”; e o nome latino é “Zingiber” porque a forma das raízes se parece com um chifre e que lembra os chifres de um veado.


Suas propriedades anti inflamatórias, antioxidantes e analgésicas se devem aos gingerols e shogaols, propriedades analgésicas importantes com atividade inibidora da COX-2 e com potenciais impactos terapêuticos sobre a geração de prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos.


Atua também como potente redutor da FAAH que é a enzima que degrada a Anandamida. A maior persistência da anandamida, que é um canabinóide produzido no nosso organismo pelo sistema endocanabinóide, é responsável pela maior sensação de bem estar e redução da dor.


É indicado no tratamento da dor proveniente dos ossos, articulações e músculo podendo ser usado no tratamento da dor de diversas causas e de forma preventiva em atletas. Atua também na dor d cólica menstrual - estudos mostraram um efeito comparável ao do ácido mefenâmico e do ibuprofeno no alívio da dor em cólicas menstruais


Recentemente foi lançado o Mitidol que é um fitoterápico composto de extrato padronizado de Acmella olerácea e Zingiber officinale. Um estudo mostrou uma potencialização dos resultados no tratamento e prevenção da dor tanto pelos efeitos aditivos desses fitoterápicos combinados no sistema endocanabinóide com inibição da degradação da anandamida pela FAAH e pelo efeito nos receptores canabinóides - CBD2.



Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.




Para saber mais:

González-Gross M, et all.

Int J Environ Res Public Health. 2021 May 22;18(11):5538. doi:


Vilar Dde A, Vilar MS, de Lima e Moura TF, Raffin FN, de Oliveira MR, Franco CF, de Athayde-Filho PF, Diniz Mde F, Barbosa-Filho

JM.ScientificWorldJournal. 2014;2014:857292.


Rivera-Madrid R, Aguilar-Espinosa M, Cárdenas-Conejo Y, Garza-Caligaris LE.Front Plant Sci. 2016 Sep 21;7:1406.


Marcela González-Gross et all. I nt. J. Environ. Res. Public Health2021, 18(11), 5538


Talebi M, İlgün S, Ebrahimi V, Talebi M, Farkhondeh T, Ebrahimi H, Samarghandian S.

Biomed Pharmacother. 2021 Jan;133:111088.


The Influence of Hemp Extract in Combination with Ginger on the Metabolic Activity of Metastatic Cells and Microorganisms

Molecules. 2020 Oct 28;25(21):4992.


Zeng L, Yu G, Hao W, Yang K, Chen H.

Biosci Rep. 2021 Jun 25;41(6):BSR20210817.

Comentarios


bottom of page