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Foto do escritorBerenice Cunha Wilke

FODMAPs - OLIGO, DI E MONOSSACÁRIDOS E POLIÓIS FERMENTÁVEIS

Atualizado: 15 de abr. de 2024

Os FODMAPs são compostos presentes nos alimentos que passaram a ser mais conhecidos quando se descobriu que eles causavam muito incômodo abdominal, com dor, gases e diarreia em pessoas sensíveis.


FODMAPs é uma sigla em inglês que para oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis, que são açúcares de cadeia curta.


As formas mais prevalentes de FODMAPs incluem: frutooligossacarídeos (FOS), galactooligossacarídeos (GOS), lactose, frutose, polióis, sorbitol e manitol.


Os compostos pertencentes ao grupo FODMAPs não são nem digeridos, nem absorvidos, no trato gastrointestinal. Eles normalmente são utilizados para alimentar o microbioma intestinal.


Nas pessoas sensíveis a esses compostos, eles produzem um forte efeito osmótico, ou seja, retém muito líquido no intestino, e sofrem fermentação rápida, resultando em fezes líquidas, produção excessiva de gases, inchaço e dor. Eles podem causar ou agravar os sintomas em pacientes suscetíveis, ou em pessoas com doença inflamatória intestinal e síndrome do intestino irritável. Numerosos estudos confirmaram a melhora desses pacientes com a retirada dos alimentos ricos em FODMAPs da alimentação.


Os alimentos mais comuns que são ricos em FODMAPs incluem:


Frutas: maçã, abacate, cereja, manga, nectarina, pêssego, peras, melancia, frutas desidratadas, ameixa, amora, caqui, damasco, suco de frutas e uva;


Legumes: cebola, alho, repolho, brócolis, couve-de-Bruxelas, aspargos, alcachofra, cogumelos, couve-flor, alho poró, vagem torta, quiabo, repolho;


Laticínios: leite, iogurte natural, iogurte grego, queijo fresco, queijos moles (como cottage e ricota);


Oleaginosas: Amêndoas, avelã e pistache;


Outros: álcoois de açúcar (termina em -ol: xilitol, sorbitol, maltitol, eritritol), mel, agave;


Bebidas: refrigerantes, sucos de fruta, cerveja, vinho doce e vinho do Porto.


MICROBIOMA E DIETA COM BAIXO TEOR DE FODMAPs


O FOS e o GOS, compostos pertencentes ao FODMAPs, são considerados prebióticos, ou seja, favorecem a colonização adequada do intestino pelas bactérias que promovem a saúde intestinal, Bifidobacteriae Lactobacilli, e limitam a proliferação de bactérias nocivas ao intestino como Bacteroides spp., Clostridium spp. e Escherichia coli.


Além disso, a redução dos FODMAPs contribui para o aumento das bactérias degradadoras de muco que é um grande protetor da mucosa intestinal.


Além disso, as bactérias fortemente produtoras de butirato, muito importantes para a saúde intestinal, são marcadamente reduzidas em números absolutos e relativos. O butirato tem um efeito protetor do epitélio intestinal, incentivando a maior produção proteica no intestino, o que mantém a permeabilidade intestinal adequada. Na ausência do butirato a hiperpermeabilidade intestinal é mais frequente, com agravamento dos sintomas gastrointestinais.


Há evidências de que os ácidos graxos de cadeia curta (SCFA) - o produto da fermentação dos FODMAPs - protegem a mucosa intestinal inclusive contra o câncer colorretal.

Uma dieta com baixo teor de FODMAPs pode levar a uma redução das bactérias benéficas, o que poderá agravar o quadro no momento de uma reintrodução desses compostos na alimentação.






Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.



Para saber mais:


Gastroenterol Hepatol (N Y). 2017 Jan; 13(1): 36–45. Controversies and Recent Developments of the Low-FODMAP Diet.Peta Hill et all.


J Clin Med. 2020 Mar; 9(3): 685. The Evolving Role of Gut Microbiota in the Management of Irritable Bowel Syndrome: An Overview of the Current Knowledge. Amir Mari et all.


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