top of page
Foto do escritorBerenice Cunha Wilke

MALHAR PARA EMAGRECER?

Atualizado: 11 de dez. de 2023

Será que estamos engordando pelo estilo de vida mais sedentário que levamos? Na época dos caçadores coletores o ser humano tinha um peso adequado porque fazia muito mais atividade física do que fazemos nos dias de hoje. Verdade? Talvez não. Vários estudos comparativos do gasto energético dos caçadores coletores e do homem moderno mostram que não existe uma diferença significativa no gasto energético entre os 2 grupos.


Os Hadza são uma população de aproximadamente 1.200 pessoas que vivem em florestas semi-áridas de savana, na região do lago Eyasi, no norte da Tanzânia. Aproximadamente 400 pessoas desse grupo continuam seguindo um estilo de vida tradicional de caça e coleta. Homens e mulheres andam vários quilômetros por dia, sobre terrenos montanhosos e rochosos, para procurar comida, coletar água, lenha e outros recursos e também para visitar campos vizinhos.


Embora o estilo de vida ocidental, alimentação e gasto energético nas atividades cotidianas seja acentuadamente diferente do povo Hazda, o gasto médio diário de energia dos Hadza tradicionais não é diferente do encontrado nos ocidentais se considerarmos o tamanho do corpo. A semelhança nas taxas metabólicas em uma ampla gama de culturas desafia os modelos atuais de obesidade que consideram o sedentarismo como um dos fatores mais importantes para essa epidemia de obesidade.


O New York Times relatou em 1977 que os Estados Unidos encontravam-se, na época, em meio a uma “explosão de atividade física”, mas ela não levou ao emagrecimento da população, ao contrário, a população americana continuou engordando.

Williams e Wood, pesquisadores americanos, reuniram informações detalhadas sobre quase 13 mil corredores habituais. Aqueles que corriam mais tendiam a pesar menos, mas todos esses corredores tenderam a ganhar peso com o passar dos anos, mesmo aqueles que corriam sessenta quilômetros por semana – cerca de doze quilômetros por dia, cinco dias por semana.


A questão está em que ao queimarmos mais calorias nas atividades físicas tendemos a compensar esse gasto com um aumento no consumo alimentar e com a redução do gasto de energia nos outros horários.


A atividade física é muito importante para a saúde, mas em programas de perda e manutenção de peso precisa estar sempre associada a uma alimentação adequada.





Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.



Para saber mais:

Chin SH1, Kahathuduwa CN1,2, Binks M1.

Obes Rev. 2016 Dec;17(12):1226-1244

Por que engordamos e o que fazer para evitar?

Taubes, Gary.

L&PM Editores.


Pontzer H.

Am J Hum Biol. 2015 Sep-Oct;27(5):628-37.



66 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

コメント


bottom of page