Os marcos do desenvolvimento infantil são as conquistas que podemos observar a cada dia no desenvolvimento de um bebê, como rolar, engatinhar, ficar em pé, balbuciar, falar, olhar nos olhos dos adultos, demonstrar afeto e se comunicar de diversas formas, entre outras surpresas que vão emocionando os pais e familiares a cada dia.
Essas fases do desenvolvimento infantil ocorrem de forma esperada, em uma faixa de tempo já prevista e podem definir a saúde física e psicológica da criança e do adulto que ela vai se tornar.
O desenvolvimento de meninos e meninas é igual. No entanto, a genética, o ambiente, os estímulos e os vínculos afetivos em que os bebês vivem podem influenciar no desenvolvimento.
Bebês cercados de vínculos afetivos fortes e que recebem estímulos através de brincadeiras, do toque, de músicas, de canções e de todo seu entorno se desenvolvem melhor. Este estímulo que auxilia na construção neuronal infantil deve começar já na gravidez e os primeiros mil dias na vida de uma criança são os mais importantes no seu desenvolvimento.
VARIAÇÃO DO INÍCIO DOS MARCOS MOTORES
Os primeiros marcos motores, como controlar a cabeça, rolar, arrastar, sentar, engatinhar e andar, ocorrem principalmente no primeiro ano de vida, mas, eles podem sofrer uma grande variação no seu inicio.
Os pais, avós e todas as pessoas que participam do dia a dia da criança precisam ficar atentos a esses marcos do desenvolvimento. Embora o desenvolvimento de cada criança seja diferente, e uma grande variação possa ocorrer, quando esses marcos não ocorrem na idade esperada é muito importante que a criança seja avaliada por um pediatra.
O QUE OBSERVAR NOS MARCOS MOTORES
Entre 2 e 3 meses de idade:
Consegue manter a cabeça “de pé” ou elevada e começa a erguer o tronco quando está de bruços.
Faz movimentos mais suaves com os braços e as pernas quando está de barriga para cima.
Nessa idade, converse com o pediatra se o seu bebê:
Não leva as mãos à boca quando está de barriga para cima.
Não consegue manter a cabeça de pé ou elevar o tronco quando está de bruços.
Entre 4 e 5 meses de idade:
Mantém a cabeça erguida firmemente, sem apoio.
Empurra as pernas quando os pés estão encostados em uma superfície dura.
Consegue rolar de barriga para cima quando está de bruços.
Consegue segurar um brinquedo, chacoalhá-lo e balançar brinquedos pendurados.
Leva as mãos e objetos à boca, podendo também pegar os pés e levá-los à boca.
Quando está de bruços, apoia-se sobre os cotovelos.
Senta com apoio.
Nessa idade, converse com o pediatra se o seu bebê:
Não consegue erguer a cabeça firmemente.
Não traz coisas à boca e não tenta alcançar brinquedos.
Não empurra as pernas quando os pés estão encostados em uma superfície dura.
Não consegue sentar com apoio de travesseiros.
Entre 6 e 7 meses de idade:
Rola quando está na cama ou no chão para os dois lados (de bruços para costas e vice-versa).
Começa a sentar-se sem apoio.
Quando está de pé, apoia o peso sobre as pernas e pode tentar saltar, fica se balançando.
Na postura de quatro apoios, balança para frente e para trás, às vezes engatinhando para trás antes de seguir para frente.
Nessa idade, converse com o pediatra se o seu bebê:
Não tenta pegar objetos que estão ao alcance.
Apresenta dificuldade em levar objetos à boca.
Não rola em nenhuma direção.
Parece bem duro, com músculos contraídos.
Parece bem mole, como uma boneca de pano.
Não senta.
Entre 8 e 9 meses de idade:
Fica de pé apoiado em algo ou segurando nas suas mãos.
Consegue se sentar sozinho (fica sentado sozinho sem apoio e consegue passar de deitado para sentado sozinho).
Senta sem apoio, com tronco bem reto.
Consegue brincar com objetos na posição sentada.
Consegue pegar objetos que estão longe do seu alcance na posição sentada.
Puxa para levantar.
Engatinha.
Nessa idade, converse com o pediatra se o seu bebê:
Não aguenta o peso das pernas com apoio.
Não senta com ajuda.
Não joga nenhum jogo envolvendo dar e receber.
Não transfere os brinquedos de uma mão para outra.
Entre 10 meses e 12 meses de idade:
Senta sem ajuda.
Segura para se levantar, caminha segurando nos móveis (anda de lado).
Pode dar alguns passos sem se apoiar.
Pode ficar de pé sozinho.
Nessa idade, converse com o pediatra se o seu bebê:
Não engatinha.
Não consegue ficar de pé com apoio.
Não aprende gestos como acenar ou balançar a cabeça.
Não aponta para objetos.
Perdeu qualquer habilidade que já teve.
De 13 meses até 18 meses de idade:
Anda sozinho.
Pode conseguir subir degraus e correr.
Puxa brinquedos enquanto anda.
Ajuda a se despir.
Bebe de um copo (e não só da mamadeira).
Come com uma colher.
Nessa idade, converse com o pediatra se o seu bebê:
Não aponta para mostrar coisas para outras pessoas.
Não consegue andar.
Não imita os outros.
Perdeu qualquer habilidade que já teve.
Aos 2 anos:
Fica na ponta do pé.
Chuta uma bola.
Começa a correr.
Escala e desce de móveis sem ajuda.
Sobe e desce escadas se segurando.
Arremessa uma bola com as mãos.
Desenha ou copia linhas retas e círculos.
Nessa idade, converse com o pediatra se o seu bebê:
Não imita ações e palavras.
Não segue instruções simples.
Não anda com firmeza.
Tropeça constantemente.
Cai com frequência.
Perdeu qualquer habilidade que já teve.
O QUE OBSERVAR NOS MARCOS DA LINGUAGEM
Entre o primeiro dia e primeiro mês de vida:
Apresenta o choro como reação à dor e à fome; acorda e assusta-se com sons intensos;
Entre os 2 e 3 meses de vida:
O choro se torna diferente para cada situação (fome, dor ou “manha”).
As vocalizações e risos parecem estar relacionados a sensações de bem estar.
Reage à fala humana: sorri, olha, vocaliza.
Até os 5 meses de vida:
Surgem os “jogos vocais” quando o bebê brinca com os sons que emite, fazendo repetição da mesma sílaba (ex.: /papapa/, / mamama/).
Aos 8 até os 9 meses de vida:
Surgem os comportamentos comunicativos intencionais.
Repete sons emitidos pelos outros.
As primeiras palavras surgem em torno dos 10 aos 15 meses de vida:
As palavras curtas são adquiridas primeiro do que as mais extensas.
Pode repetir palavras ditas pelos outros, porém, a repetição não tem o mesmo padrão fonológico (ex.: vai dormi... – a criança: [mimi]).
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Comments