MERCÚRIO NOS PEIXES. Post 4 Metais Tóxicos.

Atualizado: 26 de jul. de 2023

O peixe pode ser considerado um superalimento, rico em proteínas, iodo, ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 de cadeia longa e vitaminas A, D e B12 que são muito importante para o desenvolvimento do cérebro. Entretanto, ele pode estar, com muita frequência, contaminado por mercúrio que é prejudicial à saúde, sendo especialmente perigoso para mulheres grávidas, lactantes e idosos estando associado ao maior risco de Alzheimer. Os fetos e os recém-nascidos são muito sensíveis ao mercúrio. No homem pode causar infertilidade.

O mercúrio é comprovadamente cancerígeno, mutagênico, teratogênico além de ser um disruptor endócrino - desregula a função de diversos órgãos do sistema endócrino.

Os efeitos do envenenamento por metilmercúrio incluem paralisia cerebral, cegueira, surdez, funcionamento mental prejudicado, função pulmonar e renal prejudicadas, problemas de crescimento e microcefalia (cabeça pequena). Alguns pesquisadores acreditam que a intoxicação pelo mercúrio seja um dos fatores ambientais associados a desenvolvimento do autismo, deficiência de atenção e hiperatividade entre outras doenças que comprometem o desenvolvimento cerebral infantil.

Convenção de Minamata

A Baia de Minamata no Japão ficou famosa por ter sido o local de uma grande intoxicação por mercúrio que ocorreu devido ao descarte de mercúrio nas águas da baia por uma empresa de produção de PVC, que usava mercúrio na fabricação. As pessoas apresentaram sintomas como fortes convulsões, surtos de psicose, perda de consciência e febre. As vítimas haviam consumido peixes pescados no local.

Em 1956, a origem da doença de Minamata foi esclarecida. Cerca de 5.000 pessoas foram atingidas. Além das vítimas que ficaram com sequelas graves, estima-se que o número de mortos tenha chegado a 900 pessoas. Minamata ficou conhecido como um dos maiores desastres ambientais do planeta.

Em 2013 foi assinado foi assinado o tratado internacional de Minamata que visa diminuir a contaminação ambiental pelo mercúrio.

Teor de Mercúrio nos Peixes no Brasil

No Brasil, diversos estudos mostram a contaminação dos ecossistemas do Pantanal e da Bacia Platina. Estima-se que a quantidade de mercúrio lançada no ambiente pelos garimpos, em 1989, foi de 1,5 tonelada. Atualmente a atividade ilegal de garimpo de ouro libera entre 7,5 e 60 toneladas de mercúrio por ano nas águas e solos de importantes ecossistemas do país.

Estudos realizados no Brasil mostram que os peixes abaixo são os que tem o teor mais elevado de mercúrio:

Traíra,
Pintado,
Cachara,
Dourado,
Curimba,
Piranha,
Pescada branca,
Tucunaré.

Todos os peixes podem conter vestígios de mercúrio

Para a maioria das pessoas, as pequenas quantidades de peixe não representam um problema de saúde. Alguns peixes, no entanto, contêm grandes quantidades de mercúrio – o suficiente para causar danos a um feto ou recém-nascido em desenvolvimento. É por isso que grávidas e lactantes devem ter muito cuidado com as quantidades e tipos de peixe que comem. As crianças pequenas também devem evitar comer peixe rico em mercúrio. 

Existem três tipos de mercúrio: orgânico, inorgânico e elementar (metálico). O metilmercúrio, encontrado em peixes é a forma orgânica de mercúrio que é altamente tóxica para os seres humanos.

Os níveis de mercúrio podem aumentar gradualmente nos adultos, tornando-se prejudiciais à saúde.

De acordo com a 'Food and Drug Administration" (FDA) dos EUA, mulheres grávidas e crianças pequenas (com menos de 6 anos) não devem comer mais de duas porções de peixe por semana – e só devem comer os tipos de peixe com baixo teor de mercúrio.