Você já imaginou se parte do prazer que você sente ao comer seu alimento favorito, um doce, um lanche ou uma pizza, seja causado por substâncias químicas produzidas por parte do seu microbioma que precisa das substâncias químicas encontradas no seu alimento favorito para sua própria alimentação? Para incentivar que você coma aquilo que elas precisam para a própria sobrevivência, elas produzam substâncias que aumentem a sua felicidade.
Muitos estudos mostram que nossas bactérias intestinais tem um efeito muito importante no nosso humor, causando felicidade ou depressão, ansiedade ou bem estar, dependendo dos tipos de bactérias que compõem o microbioma. Um dos mecanismos que o microbioma intestinal utiliza para que a pessoa coma aquilo que elas, as bactérias, precisam para sua sobrevivência é influenciar o humor.
Imagine, por exemplo, uma cepa de bactérias que se alimentam de um composto químico específico encontrado na nossa alimentação, como por exemplo um doce ou um lanche. Se comermos esse doce ou esse pão, alimentando essas bactérias, e elas em contrapartida nos recompensarem com uma dose extra de felicidade química, esse ciclo “alimento – felicidade” nos fará continuar comendo esses alimentos desejados pelo microbioma, que continuará crescendo e mantendo esse ciclo vicioso.
As substâncias químicas sintetizadas pelo microbioma fazem com que as pessoas tenham o desejo de comer aquilo que alimenta essa flora intestinal e que se lembrem de onde encontrar esse alimento. Isso faria as pessoas, guiadas pela vontade do microbioma, voltarem ao mesmo local: uma confeitaria específica, as prateleiras do supermercado, um restaurante ou para a geladeira da casa – para comer mais e, consequentemente, estimular o crescimento daquele grupo de bactérias, que, por sua vez, vai produzir mais substâncias químicas que geram felicidade e desejo por alimentos que mantenham o ciclo vicioso que resulta na obesidade.
Por esse motivo, faz parte do tratamento da obesidade, diminuir as bactérias associadas a obesidade e aumentar aquelas associadas ao peso normal.
Para isso, precisamos aumentar a variedade e a qualidade da flora intestinal com uma alimentação cheia de fibras, Kefir, Kombucha, alimentos fermentados e, se necessário, cápsulas de lactobacillus e fibras.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
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