Na guerra das dietas, a quantidade calórica, as gorduras e os carboidratos da alimentação estão sempre em pauta. Quem é o grande vilão? Isso depende de diversos fatores individuais, genéticos e metabólicos, mas, na minha experiencia, a maioria das pessoas se beneficia com a redução dos carboidratos, principalmente dos carboidratos de fácil digestão como os refinados, açúcar, batata, sucos e refrigerantes.
Os carboidratos tem o seu papel na obesidade por aumentarem a insulina, que é um hormônio que deposita o que você comeu na gordura do seu corpo e dificulta que os depósitos de gordura, cada vez maiores, sejam usados. Neste post vou abordar a ação da insulina.
Depois das refeições, diversos fatores agem para que a nossa alimentação seja metabolizada: reações químicas que dependem do que comemos, dos nossos hormônios e genes.
Esses fatores são decisivos para que o organismo utilize ou armazene o que comemos nas células gordurosas. O metabolismo dos alimentos, e não seu conteúdo calórico, é o que faz a diferença entre se sentir com fome o tempo todo ou satisfeito, entre ter pouca ou muita energia, entre o ganho ou a perda de peso, entre as doenças crônicas e a saúde.
A quantidade de gordura que acumulamos é regulada por diversos fatores, mas a insulina é um dos fatores mais importantes. Quando está elevada aumenta o depósito de gordura nas células adiposas e quando a insulina diminui permite a liberação da gordura depositada.
Quando a insulina está elevada, uma maior quantidade de energia é depositada nas células de gordura e portanto a energia que resta disponível para funcionamento do corpo é menor, fazendo com que o cérebro, ao detectar essa falta de energia, libere substâncias que aumentam a fome e diminuem o gasto metabólico, o que gera um ciclo vicioso que leva ao aumento do peso.
Os carboidratos altamente refinados estão no topo do problema porque são os que mais aumentam a insulina: pães, bolachas, biscoitos, doces, cereais matinais, sucos de fruta, refrigerantes.
A obesidade é então, em uma grande parte dos casos, o resultado de um desequilíbrio do hormônio insulina e não simplesmente do excesso calórico.
A microbiota também tem um papel importante no desequilíbrio da insulina e por isso os desequilíbrios da flora intestinal têm um papel relevante tanto na perda de peso quanto na manutenção do peso desejado (próximo post).
Para reverter esse processo, e voltar ao peso adequado, precisamos diminuir a insulina liberada pelo pâncreas no nosso organismo. Esse processo contribui para uma adequação ao peso sustentável. Ao reduzir os níveis de insulina você reduz a inflamação das células gordurosas e permite que a energia depositada no tecido adiposo seja utilizada para a manutenção das atividades do dia a dia.
O primeiro passo para equilibrar o peso é comer sempre que estiver com fome, alimentos de baixo índice glicêmico, até que esteja totalmente satisfeito.
Adote um estilo de vida simples, focado em atividades físicas agradáveis, sono e alívio do estresse, para melhorar o metabolismo e sustentar uma mudança permanente de comportamento.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
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