Para explorar o impacto ambiental de diferentes regimes alimentares, foram selecionados 153 adultos italianos divididos em três grupos: onívoro, ovo-lacto-vegetariano e vegano. A análise dos padrões alimentares foi feita com base nos hábitos alimentares autorreferidos pelos participantes.
O resultado mostrou que a maior pegada ambiental foi a dos onívoros devido ao consumo de diversos tipos de carne.
Os ovo-lacto-vegetarianos e os veganos apresentaram uma pegada ambiental similar e menor que os onívoros. A menor densidade energética dos alimentos à base de plantas resulta em uma maior quantidade de alimentos ingeridos pelos veganos, em relação aos ovo-lacto-vegetarianos, possivelmente explicando a falta de benefícios ambientais de uma dieta vegana em comparação com uma escolha ovo-lacto-vegetariana.
Uma alta variabilidade interindividual foi observada através da análise de componentes principais, mostrando que alguns vegetarianos e veganos têm impactos ambientais mais altos do que os de alguns onívoros, principalmente quando seguem uma dieta frutariana, ou seja, com um teor de frutas elevado.
As recomendações alimentares em termos de impactos ambientais merecem mais estudos, considerando, por exemplo, a escolha de produtos sazonais e cultivados localmente, bem como técnicas agrícolas e de processamento.
O estado de saúde também deve ser incluído nesse cenário multifatorial que trata da escolha de alimentos, consumo de energia e impacto ambiental.
Essa abordagem holística, mesclando preservação da saúde e prevenção de doenças com sustentabilidade ambiental deve ser mais estudada. Educar as pessoas a fazer pequenas mudanças em seus comportamentos alimentares pode ser uma ação fundamental para esse objetivo comum.
Para alcançar uma solução ambientalmente sustentável, os alimentos de origem animal devem ser parcialmente substituídos por frutas, vegetais, legumes e cereais. Ao mesmo tempo, as observações sobre a variabilidade interindividual são de importância crítica, pois a definição genérica de cada padrão alimentar pode ocultar drasticamente o impacto das escolhas individuais nas pegadas ambientais. Isso enfatiza a necessidade de pensar não apenas em termos de grupo alimentar, mas também de hábitos alimentares individuais, independentemente da escolha da dieta.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Para saber mais:
Environmental Impact of Omnivorous, Ovo-Lacto-Vegetarian, and Vegan Diet.
Alice Rosi et all. Sci Rep. 2017 Jul 21;7(1):6105.
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