O CDC - "Center for Disease Control and Prevention", USA - apresentou os novos dados da prevalência do autismo em 3 dezembro de 2021, mostrando um importante aumento dos casos de autismo - 1 em cada 43 crianças estão no TEA - ou seja 23 crianças no TEA a cada 1.000 crianças. Nesse caso a prevalência foi calculada pelo número de crianças autistas de 8 anos em 2018 em relação ao número de crianças totais da mesma idade. O autismo foi 4,2 vezes mais prevalente entre meninos do que entre meninas.
A prevalência do autismo vem espantosamente aumentando a cada ano. Em Post anterior, feito com os dados apresentados pelo CDC em 2020, a prevalência era de 1 para cada 56 crianças com dados avaliados no ano de 2017.
Esses dados foram obtidos pela Rede de Monitoramento de Autismo e Deficiências de Desenvolvimento que realiza a vigilância ativa do TEA nos USA e, foi feito com dados de crianças de 8 anos com características do TEA, cujos pais ou responsáveis moravam em 2018 nos 11 locais monitorizados por essa rede - Arizona, Arkansas, Califórnia, Geórgia, Maryland, Minnesota, Missouri, Nova Jersey, Tennessee , Utah e Wisconsin.
Os dados desse estudo mostraram uma variação na prevalência do TEA, indo de 16,5 no Missouri a 38,9 na Califórnia por mil crianças. A idade média do primeiro diagnóstico conhecido de TEA variou de 36 meses na Califórnia a 63 meses em Minnesota.
Na minha opinião esse aumento é espantoso e real e, não pode ser explicado por falta de diagnósticos em anos anteriores, porquê nos últimos 5 anos os critérios para o diagnóstico do autismo não foram modificados significativamente. Se considerarmos que desde 1970, todos os anos ocorreram aumentos na prevalência do autismo e esses resultados são de um estudo com dados analisados são de 2018, em crianças de 8 anos, a prevalência do autismo na data de hoje pode ser ainda maior, porque estamos falando de crianças nascidas há 10 anos atrás, ou seja crianças de 8 anos em um estudo de 2 anos atrás.
Embora o autismo tenha um componente genético importante, as doenças genéticas não tem esse aumento tão importante da prevalência a cada ano. Por isso, diversos pesquisadores acreditam que o autismo seja causado por alterações genéticas associadas a fatores ambientais, como agrotóxicos, poluentes, metais pesados, xenobióticos e inúmeros outros fatores já comentados em posts anteriores:
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
Para saber mais:
Surveillance Summaries / December 3, 2021 / 70(11);1–16
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