A prevalência mundial da obesidade quase triplicou entre 1975 e 2018. Muitos autores propuseram diversos tipos de alimentação diferentes: vegetariana, mediterrânea, paleolítica, dieta DASH (dieta proposta para diminuir a hipertensão) dietas baseada na restrição de carbos ou gorduras, entre outras.
Intensas discussões tem sido feitas sobre qual forma de se alimentar trás os maiores benefícios.
Uma revisão sistemática da literatura examinou a eficácia comparativa dos programas dietéticos populares usadas para reduzir os fatores de risco para doenças cardiovasculares e redução de peso. Foram consideradas 21.942 pessoas acima de 18 anos, com idade média de 49 anos, sendo 69% mulheres - todos com sobrepeso ou obesidade.
Os resultados foram muito interessantes, veja na figura abaixo.
Considerando a perda de peso obtida em 6 meses, as melhores dietas foram:
1. South Beach – perda de 9,86 kg em 6 meses - dieta de baixo carboidrato com introdução paulatina de carboidratos de baixo índice glicêmico;
2. Dieta de Jenny Craig - perda de 7,77 kg em 6 meses - oferece refeições pré-embaladas de baixa caloria e o suporte individual de um consultor. Nenhum alimento extra, além dos fornecidos pela empresa são permitidos;
3. Dieta Volumétrica - perda de 5,95 kg em 6 meses – oferece alimentação de baixa densidade energética, optando por alimentos ricos em água e fibras, na perda de peso. Assim, essa dieta oferece um volume de alimentos maior propiciando maior saciedade;
4. Tipo Atkins – perda de 5,45 kg em 6 meses - dieta rica em gordura e baixa em carboidratos. Aqui foram incluídas várias dietas semelhantes à de Atkins, porém menos rigorosas;
5. Dieta Paleolítica - perda de 5,31 kg em 6 meses - uma alimentação cujos fundamentos se baseiam na alimentação que nossos ancestrais realizavam na idade das pedras, que se baseava na caça, legumes, folhas, oleaginosas e frutas de baixo índice glicêmico de modo que 19 a 35% da dieta é composta por proteínas, 22 a 40% de carboidratos e 28 a 47% de gorduras;
Em relação as doenças cardiovasculares, a dieta Paleolítica foi a que trouxe maior redução da pressão arterial.
Com relação a persistência dos efeitos após 1 ano, a dieta do mediterrâneo foi a que apresentou os melhores resultados.
Esse dado provavelmente reflete o menor número de pessoas que conseguiram manter a dieta por 1 ano, mostrando que a parte mais difícil na perda de peso é a manutenção. Uma manutenção bem estruturada é muito importante para que os resultados obtidos não sejam perdidos.
A melhor dieta para perda de peso é aquela que mais se adequa ao seu estilo de vida para que sua manutenção possa ser seguida por longos períodos.
Proximo Post: Exercício versus dieta no combate a obesidade. Post 17.
Para saber mais:
Ge L, Sadeghirad B, et all.
BMJ. 2020 Apr 1;369:m696.