A síndrome do X frágil é uma doença genética e hereditária, responsável por grande número de casos de deficiência mental e distúrbios do comportamento, que afeta um em cada 2 mil homens e 1 em cada 4 mil mulheres. Depois da Síndrome de Down, é a segunda doença genética que mais frequentemente acomete meninos.
A Síndrome do X frágil é considerada hoje a causa mais comum de alteração em um único gene que causa autismo e deficiência intelectual.
A causa dessa fragilidade do cromossomo X é uma mutação no gene FMR1, sigla de "fragile X mental retardation gene 1", que está localizado na extremidade do braço longo do cromossomo X, que causa alterações no desenvolvimento das conexões entre as células nervosas e a maturação das sinapses.
A maioria das pessoas portadores da mutação do X frágil não apresenta sintomas. Quando os sinais aparecem, podem variar de intensidade de acordo com tamanho da alteração no gene e a faixa de idade dos pacientes.
Os sintomas mais característicos, que fazem os pais buscarem um diagnóstico, são distúrbios de comportamento e comprometimento intelectual que pode apresentar-se em diferentes graus, desde uma leve dificuldade de aprendizagem ou de fala, hiperatividade, déficit de atenção, ansiedade, irritabilidade, explosões emocionais, estereotipias, timidez excessiva com dificuldade de manter relações afetivas e do contato visual, até retardo mental grave.
As crianças que tem a síndrome do X Fragyl podem apresentar algumas características físicas desde o nascimento. É o caso da macrocefalia (cabeça grande) e do baixo tônus muscular. Existem, ainda, outros sinais sutis da síndrome que se tornam mais evidentes com o crescimento.
SINTOMAS FÍSICOS
Face alongada,
Macrocefalia (medida do perímetro cefálico >p90),
Fronte ampla (testa grande),
Orelhas grandes e em abano,
Mandíbula proeminente,
Céu da boca muito alto e arqueado,
Estrabismo e miopia,
Hiperextensão articular,
Peito escavado,
Macroorquidismo (testículos aumentados),
Prolapso da válvula mitral,
Otites recorrentes
Convulsões (20% dos casos).
SINTOMAS PSICOLÓGICOS/PSIQUIÁTRICOS
Autismo,
THDA,
Ansiedade,
Agressividade.
DESENVOLVIMENTO
Deficiência Intelectual
Atraso de Linguagem
OUTROS
Estrabismo,
Otite,
Alterações gastrointestinais,
Obesidade,
Convulsões
TRANSMISSÃO
A síndrome do X frágil é uma desordem ligada ao cromossomo X. De caráter dominante, basta que um dos pais seja portador da pré-mutação para que a criança receba uma cópia do gene defeituoso. Em geral, os meninos desenvolvem quadros mais graves do que as meninas. Isso acontece, porque elas possuem dois cromossomos X, um herdado do pai e o outro da mãe, o que, de certa forma, as protege. Se um estiver afetado, o gene normal pode de certa forma compensar a alteração. Os homens, no entanto, possuem um único cromossomo X herdado da mãe e um cromossomo Y herdado do pai. Se o X estiver danificado, o outro não estará preparado para suprir a deficiência.
Na pré mutação as pessoas podem transmitir a seus descendentes um número de repetições superior a 200, ocasionando a expressão completa da doença, com sintomas mais marcantes no sexo masculino e atenuados no feminino. É interessante saber que a instabilidade dessas cópias CGG é maior durante a formação dos óvulos do que na dos espermatozóides, o que faz com que, na mulher, a pré-mutação se transforme em mutação completa na geração seguinte com mais freqüência que no homem.
O padrão de transmissão, no entanto, depende do sexo do indivíduo. O homem passa a pré-mutação para todas as suas filhas, mas para nenhum de seus filhos – afinal, a alteração em questão está apenas na unidade do cromossomo X.
Já os filhos da mulher portadora, independentemente de gênero, têm 50% de chance de herdar o gene alterado, pois sempre vão receber um cromossomo X da mãe. Recentemente, demonstrou-se que, entre os portadores da pré-mutação de FMR1, as mulheres estão mais sujeitas a entrar em menopausa precocemente e os homens têm risco de desenvolver, em idade mais avançada, perda de coordenação motora e tremores.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da síndrome do X frágil é feito através de um teste molecular – de análise de DNA – para confirmar a suspeita. Feito em uma amostra de sangue, esse exame pode detectar tanto a mutação quanto a pré-mutação no gene FMR1, ao determinar o número de cópias da seqüência CGG nessa parte do DNA:
Normal: de 6 a 50 cópias da trinca CGG nessa parte do gene FMR1;
Pré Mutação ou zona cinza: 50 a 200 cópias - aqui geralmente não existe a manifestação de problemas cognitivas e comportamentais;
Síndrome do X Fragyl: mais de 200 repetições da mesma seqüência;
A recomendação atual da Academia Americana de Pediatria é a realização de testes genéticos em crianças com deficiência intelectual ou atraso global no desenvolvimento. Se um novo caso de FXS for encontrado, o teste de cascata de diagnóstico deve ser realizado em todos os membros da família imediata, a fim de identificar portadores da pré-mutação que tenham o potencial de expandir a mutação completa para seus descendentes.
Sou Dra. Berenice Cunha Wilke, médica formada pela UNIFESP em 1981, com residência em Pediatria na UNICAMP. Obtive mestrado e doutorado em Nutrição Humana na Université de Nancy I, França, e sou especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira. Também tenho expertise em Medicina Tradicional Chinesa e uma Certificação Internacional em Endocannabinoid Medicine. Lecionei em universidades brasileiras e portuguesas, e atualmente atendo em meu consultório, oferecendo minha vasta experiência em medicina, nutrição e medicina tradicional chinesa aos pacientes.
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